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  • Foto do escritorEspaço Cachalote

Vertigem 2

Recentemente uma amiga me disse que meu corpo parece não conseguir acompanhar meus pensamentos. Meu corpo está lento para os meus pensamentos.


Eu era aquela criança que ia para escola só para ter aula de educação física. Mais do que tênis, eu calçava meus patins. Joguei vôlei por muitos anos. Vivia de bananeira. Outro dia contei no meu instagram da vertigem que sinto quando vejo meu filho escalando.


Hoje eu li isso: “O fato de as mulheres se interessarem pela compreensão do desenvolvimento da consciência infantil é importante para que esse processo ocorra com seus filhos, já que é só graças a tal compreensão que elas podem proteger e estimular o livre brincar, em total confiança e intimidade, do contato corporal materno-infantil que o torna possível (…) Pergunto às mulheres: “ Vocês podem me dizer o que uma criança vê, cheira, ouve, toca ou sente quando engatinha? Ou o quão longe ela se afasta de sua mãe quando engatinha?” Elas dizem: “Não podemos”. Respondo: “Tentem. Seus corpos podem recordar. Tentem dançar o desenvolvimento motor de seus filhos”. (…) A pequena Gabi pulava com os sapatos de salto alto de sua mãe, que lhe pediu que os tirasse porque era muito perigoso pular com eles. Ao ouvi-la, a criança, sem interromper o ritmo dos saltos, suplicou, chorosa: “Não, não, deixe, é melhor pular com estes sapatos, o som é tão bonito”. Saltar é música”.1



No fundo, eu sei de onde vem minha vertigem. E, além de seguir o conselho da médica, que me disse para olhar o meu filho escalando, entendo, também, que preciso voltar a me apropriar melhor do meu corpo e dos meus movimentos. É sempre sobre um olhar interno, não é? Mais um momento materno me mostrando isso.


Estou preparando uma conversa sobre o brincar do bebê. Neste encontro, irei contar um pouco sobre os brinquedos que são mais apropriados, sobre como o espaço deve ser preparado… mas a gente sabe, né, que o brincar é muito mais profundo do que isso. Você se sente conectada ou conectado com seu corpo? Quantas vezes no dia você se vê em um estado “brincante”? É sobre isso que a gente precisa falar quando estamos refletindo sobre o brincar na primeiríssima infância.



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1. do livro Amar e Brincar. Fundamentos esquecidos do humano. Humberto Maturana e Gerda Verden-Zöller.

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