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  • Foto do escritorEspaço Cachalote

Vertigem

Olha só como a vida é: hoje, um dos meus trabalhos, é abrir espaço para refletirmos sobre como é fundamental a nossa confiança no desenvolvimento e nas capacidades das nossas crianças. Converso com famílias sobre a importância de permitirmos o espaço e o tempo para que os bebês sejam eles com toda sua potência, sobre repensarmos todas as maneiras que, mesmo sem querer, interferimos e interrompemos, e sobre como uma presença de observador interessado permite uma relação de mais respeito e, ao mesmo tempo, mais leve. As crianças que possuem liberdade de movimento têm muito mais chances de se tornarem seguras em seus movimentos, mais prudentes.

Mas... eu sinto muita tontura. Tipo vertigem. Muuuita. Então, imaginem como é para mim ir a um parquinho com os meninos. O jonas sempre gostou de escalar. Desde muito pequeno. E eu ficava tonta só de olhar. Meu coração disparava, minhas mãos começavam a suar, cabeça começava a doer. Havia (ainda há, de certa forma) muita contradição entre o que eu pensava e o que eu sentia (fisicamente). Procurei uma médica e ela me disse que o único “tratamento” era eu olhar para isso. Olhar para meu filho escalando. Olhar para ele andando nas beiradinhas. Olhar. A médica me confirmava o que eu já pensava. Se eu olhasse, eu ganharia confiança nas capacidades dele e minha vertigem passaria.

Não é fácil e não passou ainda. A solução que eu encontrei (ou que o meu companheiro encontrou pra mim) foi de sentar mais longe e observar. E procuro não fazer esse tipo de programa quando estou sozinha. Não quero passar para ele minhas inseguranças. Mas preciso olhar pra isso. E preciso olhar pra ele indo lá no alto do foguete, quase encostando no céu.



Primeirissima infância, brincar livre, parquinhos e praças em BH, desenvolvimento infantil

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